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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Moção de apoio à luta dos estudantes do curso de Ciências Sociais da UFAL




O curso de Ciências Sociais da UFAL vem passando por uma série de modificações no seu plano pedagógico político que afetam diretamente seus estudantes. Como exemplo podemos citar a mudança na distribuição da carga horária prejudicando assim a ementa do curso, pois limita parte das disciplinas. Temos também a mudança no horário de algumas disciplinas para o período vespertino, fazendo com que estudantes que trabalham no período da tarde fiquem impedidos de participar das aulas. Outro caso é a blocagem das disciplinas, que muitas vezes acaba comprometendo a qualidade das aulas. Esses são alguns dos exemplos que fazem com que ativistas do curso se levantem e digam: CHEGA! Basta de prejudicar os estudantes, basta de prejudicar a qualidade do curso!
O centro acadêmico do curso de Ciências Sociais está convocando um ato para quinta-feira 13/12 no ICHICA, com o intuito de divulgar para a direção do curso e para outros estudantes a insatisfação com as mudanças feitas. O ato vai servir para trazer visibilidade para essa luta e permitir que vários estudantes possam se unificar e exigir que os representantes da direção retirem as alterações completamente prejudiciais ao plano pedagógico. Esta carta tem o objetivo de apoiar a luta dos estudantes de Ciências Sociais, repudiando veementemente as mudanças ocorridas no plano político pedagógico do curso.
A universidade, no molde na qual conhecemos, com sua tríplice finalidade: profissionalizar, iniciar à prática cientifica e formar a consciência político-social do estudante, infelizmente tem feito o contrário, cumprindo um papel cada vez mais alienante na formação dos alunos. E é só lutando que poderemos mudar essa realidade, exigindo uma universidade que nos eduque para transformar a sociedade, exigindo mais investimento, exigindo que o governo respeite os estudantes e pare de precarizar a educação pública como um todo.

Mais uma vez, o coletivo NADA SERÁ COMO ANTES reafirma a importância da juventude, que hoje vê ameaçado seu direito ao futuro, a construir a luta de forma unitária, de forma que aglutine cada vez mais ativistas. Chamamos todos os estudantes para participar do ato e apoiar essa luta!

As Ciências Sociais quer qualidade! Chega de precarização!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Intolerância religiosa, racismo e opressão: até quando?!


A ANEL, Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, vem rememorar o centenário de uma das maiores ações de violência contra o “povo de santo” no Brasil: o “Quebra de Xangô”. O episódio, ocorrido em 2 de fevereiro de 1912, foi liderado por veteranos de guerra e políticos que, de forma premeditada, invadiram, depredaram e queimaram os principais terreiros de Xangô da cidade de Maceió, espancando líderes e pais de santo, entre as quais, Tia Marcelina, líder negra e fundadora do candomblé em Alagoas, que morreu meses depois do ataque. À época, a mídia teve o papel de justificar a violência através de uma enxurrada de matérias demonizando os cultos afros.
É triste lembrar-se de tudo isso. Mais triste, entretanto, é constatar que o povo negro continua sendo oprimido na nossa sociedade, em particular, sua religião e cultura. Pelo segundo ano consecutivo, a prefeitura de Maceió limitou o horário e espaço físico para as manifestações realizadas no dia 08 de dezembro por diversas caravanas de adeptos das religiões de matriz africana, oriundas de várias partes de Alagoas, que vem para a orla de Maceió homenagear Iemanjá.
Entendemos como uma afronta ao artigo 23º do Estatuto da Igualdade Racial que assegura “a liberdade de consciência e de crença” e garante “a proteção aos locais de culto e suas liturgias”. Mais do que um episódio de discriminação religiosa, a limitação do evento é um ato de racismo, afinal, enquanto a burguesia dissimula a igualdade racial, os negros sofrem na pele as consequências do racismo historicamente construído, sobretudo nas periferias, onde policiais espancam gratuitamente jovens pobres, como se não bastasse a violência de não ter perspectiva de emprego, de vida e de paz.
A ANEL repudia o recente episódio de intolerância religiosa e, vale repetir, de racismo. Reconhecemos nas manifestações afro-culturais a resistência do Quilombo dos Palmares. Ao mesmo tempo, o fato nos convence da necessidade de continuarmos lutando contra toda forma de opressão na nossa sociedade, como o racismo, o machismo e a homofobia. Nossa luta é cotidiana: junte-se a nós!


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Nada será como antes - ANEL apóia a luta dos bolsistas. Permanência digna na universidade JÁ!

Foi durante essa histórica greve dos servidores públicos federais que pela primeira vez na universidade houve uma organização dos Bolsistas Permanência e BDI da Ufal para lutarem pelos seus direitos e contra a exploração que passam dia a dia. Desde dia 13 de Julho desse ano, que os bolsistas vêm se mobilizando pela luta de uma assistência estudantil que de fato esteja a serviço da permanência dos estudantes na universidade. O grupo se organizou com reuniões periódicas, com a macarronada em protesto pelo fechamento do R.U. durante a greve, com pedágios para ajuda financeira do grupo, com uma reunião com o Pró-reitor de extensão, com participação intensiva dos espaços da greve dos docentes e técnicos da Ufal. Todas essas atividades marcam um grande e importante passo histórico e vitorioso dos bolsistas permanências e BDI da Ufal, e que, agora, a luta só tem a se tornar mais forte e organizada.

Com a greve vitoriosa dos técnicos e docentes, o descontentamento chegou ao limite. Foi o momento em que os bolsistas confirmaram que o caráter da assistência estudantil é ocupar trabalho de servidor, ocupação essa, ou seja, eles fazem o trabalho de um servidor público, ganhando muito menos que estes e sem direitos trabalhistas nenhum, a universidade deixa de contratar mais técnicos e ainda deturpa o caráter de uma bolsa estudantil. Com servidores em greve, greve essa legal e justa, boa parte dos bolsistas continuaram a trabalhar -  sem direito a férias, ao restaurante universitário e pagamento que se atrasa sem justificativa. Com essa realidade, bolsistas-trabalho de Norte à Sul do país se organizaram pela defesa de uma assistência estudantil de verdade.

Com uma greve histórica das Ifes, que durou mais de quatro meses, Dilma mostrou que a educação não é prioridade para o seu governo, ficou mais claro para a população a situação precária que se encontram as universidades públicas e a grande farsa que são os projetos educacionais desse governo. A falta de investimento na educação é um dos reflexos, e com isso, a falta de assistência estudantil é gritante: R.U. que faltam vagas, creches sem tempo integral, H.U. cheio e a caminha da privatização, residência universitária limitada, etc. Uma lista enorme de descaso do governo e que a reitoria faz coro. A reitoria da Ufal prefere ver os estudantes que necessitam de assistência estudantil trabalhando do que  estudando, pesquisando: um completo absurdo.


A Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre, a Anel, acredita que é com a organização, a mobilização que a luta dos bolsistas vem sendo vitoriosa e vai continuar sendo. Acredita que essa luta deve fazer parte do conjunto de uma luta por educação pública e de qualidade e que é muito importante que os bolsistas, assim como qualquer estudante, se organizem numa entidade nacional que está ao seu lado nas lutas, como a ANEL. Temos que nós mobilizar, se aglutinar nessa luta justa que engloba todos os estudantes da Ufal. Não acreditamos que a via jurídica de processar a reitoria (que é cabível) deva ser onde os bolsistas devem jogar todas as suas forças, pois além de que isso talvez sirva como política de retaliação no futuro, o campo jurídico é um campo no qual a reitoria tem muito mais chances do que nós. O que irá defender a mobilização dos bolsistas-trabalho é a luta. É preciso que façamos a mobilização chegar a todos os setores e campi da universidade, se fortaleça e assim quando formos novamente para a negociação vamos estar num outro patamar de mobilização e mostraremos que assim como os bolsistas tem capacidade de movimentar os setores da universidade, eles podem pará-los também. A Anel – AL, que desde o começo se fez presenta nessa luta, vai continuar construindo e mobilizando nossa entidade para essa luta necessária e justa e reforçarmos o convite para que os bolsistas, assim como todos os estudantes venham conhecer e construir essa entidade de luta!


sábado, 8 de setembro de 2012

AVALIAÇÃO SOBRE O DEBATE DE REORGANIZAÇÃO NA UFAL

Em meio a maior greve na educação que nossa geração atuou no Brasil foram feitos em diversas universidades, indicados pelo Comando Nacional de Greve Estudantil, debates sobre Reorganização e Concepção de Movimento Estudantil. Na UFAL o Comando de Mobilização Estudantil organizou o debate convidando entidades e correntes do movimento que se posicionam de maneira diferente acerca do tema: ANEL AL, Grupo Além do Mito, UJC-AL e Movimento Correnteza, se fazendo presentes apenas o três primeiros. O coletivo Nada Será Como Antes, que reivindica a ANEL na UFAL, esteve presente por ser o único coletivo que constrói a ANEL na universidade, e vem tornar pública sua avaliação.

A greve e a reorganização do Movimento estudantil
A reorganização do movimento estudantil é um processo concreto de deslocamento de setores da base de entidades que hoje são governistas, como é o caso da União Nacional dos Estudantes. Esse processo tende a se aprofundar com o decorrer das lutas, não podia ser diferente com essa greve que vivemos. É importante localizar o debate numa perspectiva histórica e nas lutas concretas, pois são a partir dessas lutas que os milhares de lutadores honestos percebem de fato qual o real papel da UNE, União Nacional dos Estudantes, e sentem na pele a necessidade de construir uma entidade estudantil independente dos governos e reitorias como se apresenta a ANEL.
Tanto a falência da UNE para as lutas quanto a necessidade de uma entidade nacional teve mais uma prova nesses últimos 3 meses em nossa opinião. Desde 2003, na luta contra a reforma da previdência, passando por 2005-2007, nos embates contra a reforma universitária, até 2012 nesta greve na educação e luta por 10% do PIB já para a educação pública, contra o PNE, que para se fazer mobilização e se enfrentar com o governo federal os estudantes não apenas não contam com a UNE para isso, mas precisam se enfrentar com sua direção. As grandes lutas que aconteceram no país nesse período tiveram um claro caráter anti-UNE, pois essa representava um entrave para essas lutas.
Por outro lado, a necessidade de uma Frente Única Nacional, uma entidade que aglutine os lutadores, fortaleça suas lutas, fortaleça os Comandos de Greve nesse momento, organize campanhas políticas e financeiras, unifique nacionalmente as forças desses estudantes, não as disperse, mostra-se cada vez mais necessária. Nessa greve, tivemos a nossa disposição uma poderosa ferramenta que unificou todos os lutadores: O comando nacional de greve Estudantil. Nesse sentido os estudantes que tiveram a experiência com o Comando Nacional de Greve Estudantil tem que fazer uma reflexão. Esse comando só conseguiu dirigir nacionalmente essa greve, dar indicativos de ações, armar intervenções unificadas e ir contra a intransigência do governo Dilma, obrigando o a sentar com os grevistas por ser: eleito pela base, independente financeiramente, fazer ação/mobilização direta e as indicar nas bases, e estar dia a dia articulado com as lutas da classe trabalhadora.
Esse é o modelo de entidade que é preciso resgatar. O CNGE acabará com o fim dessa greve. Mas, a necessidade de um instrumento de articulação nacional com esse caráter se desfaz?! Nós do “Nada Será Como Antes” acreditamos que não. E acreditamos que esse modelo de entidade, com exatamente esses 4 principios básicos, mas muitos difíceis de se resgatar, temos na ANEL. Fizemos e continuaremos fazendo a todos estudantes que ainda não fazem parte dessa construção para reforçar essa alternativa e apontar, junto conosco, encaminhamentos para os problemas que venham a surgir.

A disputa entre a UNE e a ANEL se reduz a disputa de aparatos?
Alguns companheiros levantaram este questionamento no debate, como se a disputa fosse meramente uma disputa em torno a aparatos políticos, e não a idéias concretas. Queremos dizer a estes companheiros que hoje, a luta contra os planos educacionais privatizantes do governo federal tem que necessariamente se enfrentar com a UNE. A ANEL nunca se construiu sem apresentar propostas e tarefas concretas ao movimento: seja combatendo o Machismo e a Homofobia nas escolas, seja propondo debater o Novo PNE e a necessária aplicação de 10% do PIB já para a educação Pública, em defesa da qualidade de Ensino... A ANEL sempre vai às ruas com propostas e políticas concretas para a educação do país, a maior parte delas opostas pelo vértice às políticas da União Nacional dos Estudantes.

UNE = ANEL?
Outros companheiros colocaram no debate o questionamento de que dentro da ANEL estariam reproduzidos os vícios da União Nacional dos Estudantes. Aqui achamos que se trata de um claro absurdo. A ANEL é antagônica em seus métodos e concepções ao que se tornou a UNE, sem sombra de dúvida. Desafiamos os companheiros que fizeram esta afirmação a apontar concretamente que elementos nos igualam a UNE. Seria a forma de lidar com as finanças da entidade? Cremos que não, pois a ANEL é financiada pela própria militância e os trabalhadores, enquanto a UNE depende do financiamento de empresas e do Governo Federal. Serão as alianças políticas? Afirmamos o contrário, pois enquanto estamos com a classe trabalhadora e os lutadores de norte a sul do país a UNE está com os mensaleiros, ministros e empresários. Será que estamos falando da democracia das entidades? Ora, enquanto nos congressos e plenárias da ANEL temos amplos espaços de debates como GD’s, Painéis, Mesas redondas, Palestras e outros espaços, na UNE muitas vezes sequer temos espaços de debate que não a apresentação das Teses...
Mesmo assim, alguns companheiros insistiram em apregoar que “a eleição de delegados” das entidades são todas iguais. Companheiros, queremos perguntar honestamente: acham que o debate político que existe na base para a construção dos congressos e assembléias da ANEL se compara às tiragens de delegados e debates para os congressos da UNE? Achamos que aí está mais um claro absurdo. Os congressos e assembléias da ANEL são construídos por dentro das lutas dos estudantes, buscando sempre trazer o melhor dos lutadores para dentro da entidade. No congresso da ANEL há espaço para muita democracia, muito debate político e discussão sobre a realidade desde a sua construção nas salas de aula, passando pela tiragem de delegados até os debates nos GD’s e plenárias. É lógico que podem ser cometidos equívocos, mas não podemos concordar com alguns camaradas que dizem que a tônica do processo é a falta de democracia e ausência de debate político. Não estamos oferecendo uma entidade pronta e acabada, perfeita. Estamos oferecendo aos estudantes do país uma entidade em permanente construção, aberta a críticas e a reformulações. Não podemos no entanto deixar de afirmar que esta é a entidade mais democrática do movimento estudantil brasileiro, e já representa para todos nós um imenso patrimônio político.



“Só é lutador quem está na ANEL
Durante o debate, foi levantado que companheiros que constroem a ANEL afirmaram esta frase, que “Pra lutar, só dentro da ANEL”. Queremos mais uma vez dizer que não é disso que se trata. Inclusive, se companheiros que constroem a ANEL afirmaram isto estão indo na contramão do que é a própria entidade. Existem sim lutadores fora da ANEL, muitos. Nossa batalha inclusive é para aglutinar os ativistas combativos que estão fora dela. Mais do que isso: achamos que existem inclusive lutadores dentro da UNE, e a ANEL é aberta através de seu Estatuto à participação destes setores, desde sua fundação. Porém, não podemos deixar de mais uma vez reforçar nossa opinião: não apontar uma alternativa concreta aos estudantes em oposição à UNE acaba por fortalecer o governo.

“Anel está burocratizada”
Outro argumento, apresentado no debate que consideramos equivocado é que a ANEL é uma nova burocracia no movimento estudantil. Este é um argumento muito grave! Burocracia camaradas, é quando uma determinada entidade/corrente política/partido político que atuam na realidade passam a entravar uma luta em vez de impulsioná-la, passando por cima das decisões da maioria, ou tomando decisões por fora de seus fóruns deliberativos sem consultar a base, isso é burocracia. E queremos saber, quando a ANEL fez isso?! Quando a ANEL foi um entrave as mobilizações dos estudantes? Se este argumento for verdadeiro, então os estudantes que constroem a ANEL devem ser duramente combatidos na base do movimento estudantil. Fica a reflexão aos companheiros, se é preciso de fato combater a ANEL.

Todos à construção do II Congresso da ANEL
É preciso reforçar que o convite a construção da ANEL, de todos os seus fóruns, da sua VII Assembléia Nacional e de seu II Congresso, serão sempre feitos e não são feitos levianamente. São feitos porque acreditamos que os companheiros fortalecem muito mais as lutas estando dentro de uma frente única do movimento, que não é uma frente única qualquer, sem base na realidade, sem princípios. Não achamos que fora dela não há lutadores, mas achamos que esses lutadores estão enfraquecidos se não unificam em um organismo de Frente Única que se coloca para combater o Governo. A ANEL só tem crescido desde sua fundação, e cresce ainda mais em período de lutas. Isso não é por acaso. É o reflexo de que os estudantes sentem a necessidade de se organizar nacionalmente. Queremos contar com a presença de vocês nesse crescimento para fortalecer a luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade.


Saudações,
Mariana Pércia estudante de medicina
Poliana Belo estudante de ciência da computação
Ambas do coletivo “Nada Será como Antes”

segunda-feira, 25 de junho de 2012

RAP é compromisso!

Na quinta-feira dia 14/06, aconteceu mais uma atividade do comando de greve estudantil na UFAL, a Tarde Cultural, que contou com a presença massiva dos membros do coletivo “Nada será como antes”. A atividade que contou com bazar de livros, venda de lanches e mostra de clipes, foi encerrada com a participação de vários jovens que cantaram RAP e trouxeram um pouco da cultura Hip Hop para a universidade. A Tarde Cultural foi o segundo espaço na UFAL que teve o RAP como uma das atrações principais, o primeiro deles tendo sido organizado pela ANEL e este agora levado ao comando de greve como uma proposta do nosso coletivo. Com o passar do tempo nós do Nada será como Antes queremos aumentar ainda mais o número de eventos como este.
            Dentro de uma universidade majoritariamente branca, onde apenas 3% dos estudantes são negros, nós do coletivo sabemos o quanto é importante a realização de espaços que tragam um pouco da violenta realidade que milhares de jovens da periferia alagoana enfrentam diariamente. Realidade que muitos de nós universitários só conhecemos através de notícias na televisão, revistas ou jornais, e na maioria das vezes de forma distorcida. De acordo com os dados que temos, os negros e negras recebem os salários mais baixos do país, ocupam os postos de trabalho com menor reconhecimento social e cultural (construção civil, comércio, trabalho doméstico, limpeza, etc), estão fora das escolas e são as vítimas preferencias da violência. Estamos no segundo estado em que mais se mata negros do Brasil, só perdendo para Pernambuco. Esta é a realidade que a população negra enfrenta nos dias de hoje, resultado da opressão racial utilizada, acima de tudo, para superexplorar um enorme setor da população brasileira.
            Moramos no segundo país com mais negros do mundo e num dos estados com mais negros do Brasil, e é inadmissível sabermos que uma incrível minoria dos estudantes nas universidades é negra. São os jovens da periferia que, de fato, mais perdem com as consequências da corrupção e com a transferência da verba pública para o setor privado, e mesmo assim bilhões do orçamento foram e serão cortados da educação, saúde e da moradia. Somente em 2012 o governo Dilma fez o corte de R$ 2 bilhões na educação pública e de R$ 5 bilhões na saúde. Enquanto isso, bilhões são gastos em eventos como copa do mundo, rio +20, pagamento de dívida externa, pagamento para os banqueiros (mais de 50% do PIB) e desvios da verba pública, que chega a mais de R$ 7 bilhões nos últimos 10 anos. Dinheiro sabemos que não falta, pois o Brasil é a sexta maior economia do mundo, o que realmente falta é uma mudança nas prioridades de investimento do governo.
            Não ficaremos parados diante de tamanho descaso com a juventude negra deste país, e para isso sabemos que o RAP é um importante aliado para denunciar e desmascarar a falsa ideia de que não existe mais racismo neste país. O RAP, junto com a cultura Hip Hop, são os principais responsáveis por trazer as lutas, as pautas, e os grandes heróis do movimento negro para a sociedade. Estamos aqui pelo fim da criminalização da pobreza e da higienização social, fim da guerra interna na periferia, fim da violência policial. Como primeiro passo para mudar o atual cenário da educação queremos cotas raciais já, para a inclusão da juventude negra nas nossas universidades, até que o problema do ensino público fundamental e médio seja solucionado. Queremos o investimento de 10% do PIB para a educação pública já, pois sabemos que não teremos qualidade de ensino sem investimento.
            E é por isso que nós da ANEL construímos a central sindical e popular Conlutas, pois acreditamos que a união da luta dos trabalhadores, estudantes e movimentos populares é extremamente necessária para a construção de uma sociedade livre da opressão e da exploração capitalista.

“É você que me inspira, é você que me comove, por você periferia que meu coração se move”                                                                                                                         -Gíria Vermelha


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quem somos nós!

Olá,estudantes!
Nós somos o coletivo Nada Será Como Antes, formado por estudantes da Universidade federal de Alagoas-UFAL e que reivindicam a Assembléia nacional dos Estudantes-Livre - ANEL. Surgimos num momento importante para a educação, em que as universidades sofrem as consequências de uma reforma universitária completamente irresponsável devido ao REUNI. Até agora são 57 universidades em greve e esse número só tende a crescer, comprovando ainda mais o descaso que a educação vem sofrendo nas mãos do atual governo. O que motivou a criação do coletivo foi a grande insatisfação dos alunos perante a atuação do atual DCE,  e a necessidade de ter uma entidade de luta no movimento estudantil.

Estamos unidos para denunciar e combater todas as formas de ataque do governo contra a educação, sejam os cortes de verbas, falta de planejamento (REUNI) ou as repressões aos movimentos. Por isso fazemos questão de termos nossa independência financeira, sem atrelamento a empresas/governo/reitoria/partidos, prezando por nossa liberdade como coletivo.

Combatemos todos os tipos de opressão diariamente, seja o machismo, racismo ou homofobia, pois sabemos que a opressão está dentro das universidades e afeta os estudantes diariamente. Almejamos que todas as diferenças sejam respeitadas ao invés de serem usadas como sinônimo de inferioridade.

Sabemos que os nossos melhores aliados para as lutas são os trabalhadores, pois acreditamos que as vitórias dos trabalhadores trazem melhorias para todos na sociedade, sejam os docentes, os técnicos, funcionários do transporte público, funcionários da saúde, entre outros. A unidade com os trabalhadores só fortalece o movimento estudantil.

Reivindicamos que todos os estudantes tenham direito a : assistência estudantil, segurança dentro do campus, creches gratuitas em todos os turnos, R.U. e residência estudantil, 10% do PIB para a educação pública, e acima de tudo uma universidade gratuita e de qualidade.

Convidamos você para participar dessa luta e construir o coletivo Nada será como antes!

“É preciso lutar, é possível vencer!”